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sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais esclarecimentos sobre o discipulado

Embora as declarações de Jesus registradas em João 13:12-15 não contêm a palavra “discípulo”, na verdade fazem conclusões a respeito das responsabilidades daqueles que reconhecem que Jesus é o “Mestre”, contribuindo, assim, com algo para o entendimento do discipulado. Jesus explica o significado do ato de servir que ele acabou de realizar para os seus discípulos: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Destacam-se dois aspectos. O primeiro relaciona-se com a união dos dois títulos – “Mestre” e “Senhor”. Jesus é o Senhor, bem como o Mestre, de seus discípulos. Isso confere ao título “Mestre” um peso que, talvez, nem sempre se lhe associe. Tem uma conotação um tanto parecida com “Mestre com Autoridade” – o mestre que tem o direito de exigir obediência de seus discípulos. Mostra por que um discípulo é mais que um aluno, no sentido de um mero ajuntador de informações, mas é, na verdade, alguém comprometido para aceitar e seguir o ensino de seu Mestre.

Além disso, essas declarações definem a relação do discípulo com o seu Mestre. Ele não só aprende com o Mestre; deve também ser imbuído do espírito de seu Mestre e imitar sua vida.

Essas implicações do discipulado são confirmadas novamente em João 13:34-35, em que Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”

Os discípulos devem demonstrar o mesmo amor altruísta e despojado para com o próximo, como Jesus demonstrou para eles – aquele amor que o levou a se sacrificar na cruz. Quando as pessoas testemunham esse mesmo amor entre os discípulos, elas farão a ligação com Jesus e serão capazes de reconhecer que aqueles que têm tal amor devem ser seus discípulos. Assim, somos, mais uma vez, levados a concluir que o discipulado implica estarmos imbuídos do espírito do Mestre, seguindo-o.

Talvez alguma outra passagem de João contenha uma importante declaração sobre o discipulado, dependendo de como seja interpretada. Mas não me sinto seguro o bastante de ter entendido João 15:8 para comentá-lo. Então, apenas o registro aqui para sua ponderação.

Sinto praticamente o mesmo sobre Lucas 6:40. A dificuldade acha-se em encaixar este versículo no contexto. Mas parece dizer algo importante com respeito ao discipulado: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.”

A relação deste versículo com seu contexto merece mais reflexão do que, até agora, eu lhe dei. Estarei bem fora para sugerir que a segunda parte do versículo apresenta o alvo do discipulado? Arndt e Gingrich traduzem assim: “Quando ele [o aluno] estiver completamente formado, será como seu mestre” (Léxico, 417b, sobre katartizo).

Ainda quero fazer a pergunta para sua meditação: essa declaração não sugere algo que pode ajudar as nossas atitudes em relação às outras pessoas? Ajudaria a evitar muita arrogância e justiça própria se nos lembrássemos de que não somos o mestre. Somos os discípulos. Quando estivermos aperfeiçoados, seremos como o Mestre. Mas ainda não chegamos lá. Veja o contexto seguinte com respeito ao argueiro e à trave. Talvez possamos ser mais eficazes em levar outras pessoas ao conhecimento do Senhor se demonstrarmos mais humildade.

No próximo artigo, retornaremos a Mateus 28:19 para tratarmos do processo pelo qual os discípulos são produzidos. Depois vou voltar para o livro de Atos e fazer algumas reflexões sobre os resultados que os apóstolos conseguiram ao pôr em prática as ordens que Jesus lhes deu.

L. A. Mott. Jr.

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