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terça-feira, 17 de março de 2009

“Amém”

[Nota: Muitos dos antigos manuscritos e traduções recentes não incluem as palavras de louvor a Deus e o amém encontrados na conclusão do modelo de oração, na versão comumente aceita. Contudo, o fato que estas palavras são tão familiares é razão bastante boa para incluir este artigo prático por Paul Earnhart, escrito no meio dos anos sessenta. – Sewell Hall, redator da revista na qual este artigo foi publicado originalmente.]

Oque aconteceu com o “banco do amém”? Posso lembrar-me quando a assembléia de adoração dos cristãos nunca deixava de ressoar com um coro entusiástico de “améns” na conclusão de uma oração; e a pregação, também, era pontilhada com a mesma confirmação em voz grave. Os irmãos pareciam se unir, deste modo, nas orações e na pregação. Era isto só uma moda passageira, deixada para trás numa época mais sofisticada? Ou tem algum fundamento nos exemplos bíblicos?


Talvez os irmãos nos anos passados nem sempre usassem a palavra devidamente, entretanto estou confiante que eles tenham demonstrado um entendimento muito maior da palavra do que nós. Para muitos cristãos, hoje, ela se tornou um tipo de campainha verbal para dar sinal do fim de uma oração pública. Que infelicidade!


A palavra amém não vem de nossa língua. Ela foi levada como uma palavra hebraica para o Novo Testamento grego e daí para as versões em outras línguas. Ela vem de uma palavra hebraica que significa “apoiar” ou “estar firme”. A partir desta idéia inicial, ela veio a ser usada no sentido de “verdadeiro, fiel, ou certo”. Isaías fala do “Deus da verdade” ou literalmente, “o Deus do amém” (Isaías 65:16). Jesus, no Apocalipse, fala de si como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira” (Apocalipse 3:14).


No começo de uma frase, o “amém” dá força à verdade dessa afirmação, como quando Jesus diz: “Em verdade, em verdade” ou “amém, amém, te digo...” (João 3:3). No fim de uma declaração, ela dá confirmação, significando “será assim” ou “que seja assim”, como no escrito de Paulo, quando ele diz: “Agora ao nosso Deus e Pai seja a glória, para todo o sempre, amém.


Os filhos de Israel tinham a ordem de Moisés para dizer “amém” quando as aldições de Deus sobre os desobedientes eram repetidas pelos levitas, na terra de Canaã (Deuteronômio 27:15-26). Todos eles disseram “amém” e “louvaram ao Senhor” quando Davi lhes disse, num salmo, que dessem graças ao Senhor (1 Crônicas 16:36).


Todos disseram “amém” quando Neemias lhes disse que parassem de cobrar juros altos e chamou-os a prometer isso (Neemias 5:13). Todos eles disseram “amém, amém” quando Esdras, ao abrir o livro da lei de Deus para lê-lo para eles, bendisse o Senhor, o grande Deus (Neemias 8:16). Fazendo isso, o povo de Deus se unia aos seus juramentos e alianças, ainda que elas realmente fossem ditas apenas por um ou por uns poucos. E o agradecimento de um homem e o louvor a Deus tornavam-se os de todo o povo. Eles se comprometiam com o que era falado na presença deles.


O Novo Testamento reflete a mesma prática pelos cristãos. Falando de alguém orando em uma língua estrangeira, o apóstolo Paulo diz: “Como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que dizes” (1 Coríntios 14:16).


Pela declaração de Paulo é evidente que deste modo os cristãos primitivos participavam ativamente das orações públicas. Tendo prestado atenção 12 2002:4 cuidadosa às palavras do irmão que estava orando, eles faziam da oração dele a sua própria, dizendo “amém, assim seja”.


Eles não eram espectadores distraídos numa apresentação pública. Eles estavam envolvidos ativamente e comprometidos. Eles tinham que entender a oração para que pudessem dizer “amém” honestamente, com confiança.


Que contraste é a resposta dada a uma oração pública entre muitos cristãos de hoje. Ao irmão que está dirigindo a oração é deixado que cuide dos seus próprios interesses. Se ele não diz “amém” às suas próprias petições, sua suplicação ao Senhor será saudada apenas por um silêncio de pedra ou, quando muito, por uns poucos débeis “améns”, sussurrados temidamente. Isto reflete o padrão do Novo Testamento? Eu sei que apenas declamar a palavra “amém” não fará de nós, sumariamente, o tipo do adorador que deveríamos ser, mas a consideração pensativa desta prática dos cristãos primitivos pode realmente ajudar a mudar nosso espírito de espectador.


Serão as orações que são pronunciadas por irmãos escolhidos, em nossas assembléias, nossas orações, também? Unimo-nos a eles? Estamos envolvidos? Então: “Digam-no os remidos do Senhor” (Salmo 107:2).


Paul Earnhart

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