AFEGANISTÃO - No dia 20 de agosto de 2009, foram realizadas as eleições presidenciais no Afeganistão. Devido a suspeitas de fraudes na contagem dos votos, foi determinado que houvesse um segundo turno. No entanto, ele foi cancelado nesta segunda-feira, e o presidente Hamid Karzai foi reeleito.
O anúncio da Comissão Eleitoral Independente foi feito nesta segunda-feira, um dia depois de o adversário de Karzai no segundo turno, Abdullah Abdullah, ter desistido da disputa sob a alegação de que não havia "condições mínimas" para evitar fraudes.
Em uma coletiva de imprensa na capital afegã, Cabul, um porta-voz da comissão, Azizullah Ludin, declarou Karzai, o candidato que recebeu mais votos no primeiro turno, vencedor do pleito.
"Nós declaramos Hamid Karzai, que obteve a maioria dos votos no primeiro turno e é o único candidato no segundo turno (...) presidente eleito do Afeganistão", disse Ludin.
Segundo a comissão, o segundo turno foi cancelado para economizar dinheiro, por razões de segurança e para evitar retrocessos que possam prejudicar o Afeganistão tanto politicamente quanto economicamente.
O Talebã, responsável por uma série de atentados durante o primeiro turno, havia anunciado novos ataques para o segundo turno.
Fraudes
O primeiro turno das eleições afegãs, em 20 de agosto, foram marcados por acusações de fraude. Cerca de 1,3 milhão de votos foram anulados, reduzindo o percentual de votação de Karzai - ainda assim à frente do de Abdullah.
Diante da pressão internacional, Karzai aceitou a realização de um segundo turno.
O candidato da oposição estava condicionando sua participação no segundo turno à renúncia do diretor da Comissão Eleitoral Independente, Azizullah Lodin, que foi rejeitada por Karzai.
Como "condições mínimas" para permanecer na disputa, Abdullah também havia pedido o fechamento de diversos postos de votação, a fim de fazer melhor uso dos monitores eleitorais. Em vez disso, as autoridades anunciaram que abririam mais locais de votação.
Nesta segunda-feira, antes do anúncio da comissão eleitoral, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou Cabul e disse que a eleição afegã havia sido uma das "mais difíceis que as Nações Unidas já haviam apoiado".
Um dos objetivos do segundo turno era dar mais legitimidade ao pleito. Segundo a correspondente da BBC em Cabul, Lyse Doucet, alguns observadores questionam a legitimidade de Karzai e colocam em dúvida suas condições de cumprir o novo mandato.