SUDÃO - Um bispo no Sudão freou os processos de acusação em progresso há mais de quatro anos, em um acordo de paz que prometia um novo começo para o país após décadas de guerras.
Em uma mensagem destacando a necessidade de levantar ajuda para os cristãos no norte do país, o bispo Daniel Adwok Kur, bispo auxiliar de Cartum, capital do Sudão, diz que o tratamento dado pelo governo aos não-muçulmanos permanece igual.
Em uma entrevista para a organização católica Aid to the Chruch in Need, o bispo disse que com a explosão contínua de conflitos em muitas partes do sul, as tentativas de levar os refugiados de volta para a região tem sido irregular.
O bispo Adwok disse que, apesar da postura conciliatória, o governo em Cartum continuou dedicado à propagação do islã e à promoção de uma única identidade religiosa e cultural.
Esses comentários representam uma interrupção no progresso desde janeiro de 2005. Quando o governo de Cartum e o grupo rebelde Sudanese People’s Liberation Army/Movement (Movimento/Exército pela libertação do povo sudanês – SPLA/M em inglês) colocaram um ponto final em uma guerra civil que já durava 20 anos, ao assinarem o Acordo de paz.
Com apenas mais dois anos no referendo sobre a possível independência do Sul, a avaliação do bispo prenuncia a resolução de questões políticas deixadas indeterminadas em 2005.
O bispo afirma que “O governo sempre se focou no processo de islamização. E eu não vejo nenhuma mudança nas autoridades quanto a isso.” Ele destacou sua frustração quanto aos esforços para trazer as pessoas desalojadas novamente para o Sul, dizendo que os problemas com a segurança continuam sérios.
“Ainda há muita insegurança, que está desanimando as pessoas de voltarem para o Sul. Ocorrem muitos conflitos envolvendo as forças ligadas ao SPLA e ao governo”, diz. O bispo ainda afirma que alguns cristãos em Cartum que foram para o Sul, voltaram para o Norte, pois não encontraram oportunidades de emprego e moradia, estrada e outros meios de comunicação adequados.
“Teremos um futuro muito triste se não contarmos com indivíduos qualificados, que foram educados no cristianismo e esperam viver em uma sociedade islâmica para contribuir positivamente para o bem comum.”