ERITREIA- Setenta presos cristãos, todos de igrejas protestantes banidas, foram libertados do campo de concentração militar Mitire em 17 de abril.
Entre os 70 havia 11 mulheres que estavam presas havia seis meses. Elas foram detidas supostamente por não completarem os 18 meses de serviço militar requerido pela lei.
Detidos nas cidades de Asmara, Dekemhare, Keren, Massawa e Mendefera, os presos foram transportados para o campo de Mitire. No dia 17, eles receberam a simples ordem de voltar para casa. Nenhum deles sabe por que foi solto enquanto outros 2.800 prisioneiros religiosos ainda estão cativos em diferentes lugares da nação.
Em uma reportagem sobre o abuso contra direitos humanos na pequena nação da Eritreia, a agência de notícias Reuters citou a afirmação feita pelo grupo Human Rights Watch (HRW) de que o governo estava transformando o país em uma prisão “gigante”, com celas subterrâneas e contêineres de metal à espera de qualquer dissidente.
Em sua declaração, a HRW afirmou que o “extensivo” uso de tortura, a detenção ilegal e o alistamento militar indefinido criam uma crise nos direitos humanos da Eritreia.
O grupo acrescentou que o programa de serviço nacional eritreu consistia ele mesmo em um crime.
De acordo com a lei do país, qualquer cidadão entre 18 e 40 anos deve completar 18 meses de serviço militar, Na prática, entretanto, esse tempo pode ser estendido indefinidamente. O governo afirma precisar de muitos militares por causa de sua tensa relação com a vizinha Etiópia, resultado da guerra que se desenrolou de 1998 a 2000.
A Eritreia restringe visto e passaporte para homens e mulheres com menos de 50 e 47 anos respectivamente.
A agência de notícias Reuters confirmou que o governo eritreu nega relatos feitos por grupos de direitos humanos, como o HRW. A alegação é de que esses grupos são manipulados por governo ocidentais determinados a derrubar a soberania eritreia.
Os grupos de direitos humanos, por sua vez, acusam o governo de ter se tornado cada vez mais repressivo e autoritário após a grande pressão de 2001, na qual centenas de pessoas foram presas.