MÉXICO - Acompanhado de um grupo de pastores evangélicos, o bispo Moisés Valderrama, da Igreja Metodista, disse ao presidente da República, Felipe Calderón Hinojosa, na terça-feira, 23, que a intolerância religiosa está presente no México.
Em mensagem lida ao presidente, na residência oficial dos Pinheiros, na capital, Valderrama afirmou que casos de discriminação e intolerância religiosa como os verificados nos Estados de Chiapas, Guerrero, Oaxaca e Michoacán são frequentes.
“Muitos de nossos irmãos na fé sofrem perseguição em diversas partes do país e ao ver-se envolvidos em assuntos que de uma ou outra forma têm que ver com a lei, sempre saem perdendo, porque a aplicação da justiça não é a mesma para uns e outros”, denunciou
O bispo metodista frisou que o favoritismo da Igreja Católica, desde diferentes níveis do governo, está latente nos benefícios que recebe. “As hierarquias eclesiásticas e dirigentes espirituais não devem moldar as leis e a política, como atualmente sucede, pretendendo assumir uma liderança hegemônica sobre o resto das demais confissões existentes em México”, sustentou.
Valderrama propôs a criação de uma Promotoria Especializada para o atendimento deste tipo de delito e que a Subsecretaria de Assuntos Religiosos e Culto Público tenha uma atuação plural e inclusiva na defesa da liberdade religiosa em todos os setores da sociedade.
Calderón reafirmou a vocação laica do Estado como fiador da liberdade de culto, além de assegurar a imparcialidade das instituições públicas. No início do encontro, o presidente, a primeira dama e o grupo de religiosos entoaram o hino nacional, como um gesto de respeito ao Estado mexicano e a suas instituições.